2011/01/25

Efemérides: 25 de Janeiro

1579: assinatura do Tratado de União de Utrecht que leva à criação dos Países-Baixos;

   União de Utrecht (25/01/1579)                                            Bandeira do príncipe Guilherme I de Orange-Nassau

1855: morte (suicídio?) do poeta francês, Gérard de Nerval;

Gérard de Nerval por Nadar                As filhas do fogo, As quimeras

1947: Alphonse Gabriel Capone, mais conhecido como Al Capone, não resiste a um ataque cardíaco;

    
    Al Capone nos ficheiros do FBI                                              Assinatura de Alphonse Capone

1986: a sonda Voyager II descobre um décimo anel, dez luas suplementares,  num total de quinze na altura, e o pólo norte (localizado onde a Terra e outros planetas têm o equador) no planeta Urano;

   Voyager II passando à frente de Urano (simulação)

1990: morte da última estrela mítica do cinema de Hollywood do pós-guerra, Ava Gardner.

   Excerto de Mogambo (1953), de John Ford

Éphémérides: 25 janvier

1579: signature du Traité d’Union à Utrecht qui voit la création des Pays-Bas;

   L’Union d’Utrecht (25/01/1579)                                            Drapeau du prince Guillaume Ier d’Orange-Nassau

1855: mort (suicide?) du poète français, Gérard de Nerval;

Gérard de Nerval par Nadar                Les filles du feu, Les chimères

1947: Alphonse Gabriel Capone, plus connu sous le nom d’Al Capone, succombe à une crise cardiaque;

    
    Al Capone fiché par le FBI                                                      Signature d’Alphonse Capone

1986: la sonde Voyager II découvre un dixième anneau, dix lunes supplémentaires, pour un total de quinze à l’époque, et un pôle nord (à l’endroit où la Terre et d’autres planètes ont leur équateur) à la planète Uranus;

   Voyager II passant devant Uranus (simulation)

1990: mort de la dernière star mythique du cinéma hollywoodien de l’après-guerre, Ava Gardner.

    Extrait de Mogambo (1953), de John Ford

2011/01/18

L’année 2010 – O ano 2010

L’année 2010 vue par les cartoonistes (sélection du Courrier International)
O ano de 2010 visto pelos cartonistas (selecção do Courrier International)

01 - Matson, St Louis Post (EUA)
14/01/2010

02 – Bertrams, Het Parool  (HOL)
26/01/2010

03 – Burki, 24 Heures (SUI)
16/03/2010

04 – Bleibel, Al Mustaqbal (LIB)
16/04/2010

05 – Stephff
18/05/2010

06 – Stavro
02/06/2010

07 – Kichka
12/07/2010

08 – Haddad
23/08/2010
"Bouchehr. Au secours!"
"Bouchehr. Socorro!"

09 – Pismestrovic
21/09/2010

10 – Stephff
13/10/2010

11 – Schrank, The Independent (GB)
23/11/2010

12 – Zanetti
07/12/2010

Révolution en Tunisie (suite) - Revolução na Tunísia (II)

Hic, El Watan (16/01/2011)
"Magrebe - O regime Ben Ali cai"

2011/01/16

Vos réactions - As vossas reacções

      Je viens d'insérer une nouvelle application sur les textes publiés sur ce blog. À partir de maintenant, vous pouvez réagir à l'aide d'un simple clic sur l'une des trois options (Je n’aime pas/J’aime/J’aime beaucoup). Ceci dit les commentaires sont les bienvenus! À plus...

      Acabo de inserir uma nova aplicação para os textos publicados neste blogue. Assim, podem desde já reagir através de um simples clic numa das três opções apresentadas (Não gosto/Gosto/Gosto muito). No entanto, os comentários são sempre bem-vindos! Até já...

Mil visiteurs, mil buts!


Mil visites c’est comme le millième but de Pelé, uniques! Merci à tous, j’attends impatiemment les prochaines mil et pourquoi pas, mil commentaires et mil participations !
Le 19 novembre 1969, Pelé marque, dans le mythique stade du Maracanã, son millième but au cours du match Vasco de Gama-Santos (1-2 à la fin du match). Pelé effectue un tour d’honneur avec le maillot de Vasco de Gama, son adversaire du jour, portant le numéro 1000. À la suite de son but, et après que le terrain ait été envahi par plusieurs dizaines de photographes, journalistes et reporters, Pelé fait un discours en faveur des enfants pauvres et abandonnés de son pays à qui il dédie cet exploit. Une attitude notable si l’on considère que le Brésil était à l’époque gouverné par une féroce dictature militaire. Pelé profite de cet évènement de grande ampleur et très médiatisé pour alerter le monde sur la réalité sociale du pays. Apparemment, le peuple ne se contente pas que de pain et de cirque… Réfléchissons un peu aux stars ultra-médiatisées d’aujourd’hui, avec leurs gigantesques égos, incapables d’observer le monde au-delà du bout de leur propre nez… Considérons la capacité qu’elles auraient eu, dans un moment de très grand prestige, de dévier les projecteurs pour les pointer sur les questions urgentes qui dévastent notre monde. Je ne me rappelle pas de voir Eusébio, la star du football portugais des années 60 et 70, critiquer la dictature d’António Salazar et alerter le monde sur l’extrême pauvreté dans laquelle le pays se trouvait. Et si Pelé était sans aucun doute presque intouchable dans les années 60 et 70, Eusébio aurait eu une marge de manœuvre quelque peu similaire. Personnalités différentes, sans doute… Mais je ne vais même pas m’acharner sur les cas d’un Cristiano Ronaldo ou d’autres méga-stars du ballon rond!

Le millième but du "roi" Pelé

Mil visitantes, mil golos!


Mil visitas são como o milésimo golo de Pelé, únicas! Obrigado a todos, fico à espera de mais mil e porque não, mil comentários e participações!
No dia 19 de Novembro de 1969, Pelé marca, no Maracanã, o seu milésimo golo no clássico Vasco da Gama-Santos (1-2 resultado final). Pelé chega a dar uma volta ao recinto de jogo com a camisola do adversário do dia, a qual ostentava o número 1000. Na sequência do golo, e depois do campo ter sido invadido por dezenas de jornalistas, fotógrafos e repórteres, Pelé inicia um discurso em prol das crianças pobres e abandonadas do seu país a quem dedicou a sua proeza. Um feito notável se pensarmos que o Brasil era nessa altura dirigido por uma feroz ditadura militar. Pelé aproveitou este momento de extrema mediatização para alertar o mundo para a realidade social do país. Afinal, o povo talvez não se satisfaça só com pão e circo… Pensemos nas estrelas ultra-mediatizadas da actualidade, com egos gigantescos, incapazes de olhar para o mundo para lá da pontinha do seu próprio nariz… Pensemos neles e na capacidade que teriam para, em momentos de grande prestígio, desviar os holofotes e apontá-los às questões urgentes que assolam o nosso mundo. Não me lembro de Eusébio criticar a ditadura portuguesa e alertar para a extrema pobreza em que o país vivia. Se Pelé era sem dúvida uma figura quase intocável do Brasil das décadas de 60 e 70, Eusébio teria tido uma margem de manobra suficiente para fazer algo semelhante. Personalidades diferentes… Mas nem me dou ao trabalho de considerar o caso de um Cristiano Ronaldo ou de outras méga-estrelas do desporto-rei!

O milésimo golo do "rei" Pelé

Revolução na Tunísia (I)


Sim, uma revolução… Uma insurreição generalizada da rua contra o déspota tunisino Ben Ali, presidente desde do “golpe de estado constitucional” de 1987. Uma revolta contra um estado policial que censura, que oprime, que amordaça o seu povo… Mais uma na história dos Homens? Não, esta sublevação é bem diferente. Conduzida pelo poder mobilizador e libertário das novas tecnologias de informação, trata-se de uma revolução via internet e redes sociais (Facebook e Twitter sobretudo). Segundo o jornalista e escritor oposicionista Taoufik Ben Brick, recentemente libertado depois de seis meses de prisão (numa evidente tentativa de silenciamento), trata-se da primeira revolução bem sucedida via ciberespaço. As eleições presidenciais iranianas de 2009 foram sem dúvida um primeiro ensaio, mas aí o poder central conseguira, com um sucesso relativo, abafar o rumor da rua.
Ben Ali abandonou ontem (14 de Janeiro) o seu país para refugiar-se na Arábia Saudita. A revolução triunfou. A bem dizer, triunfará realmente quando forem agendadas eleições verdadeiramente democráticas.
E a França nisto tudo? Sim, a França, o antigo colonizador que mantém desde a independência (1956) relações muito estreitas com a Tunísia. Bem, a França, ou melhor dizendo Nicolas Sarkozy e os seus acólitos, remeteu-se ao silêncio, um silêncio ensurdecedor. Silenciosa até hoje… Até aqui o comprometimento com o regime policial tunisino era forçoso, os interesses económicos e estratégicos assegurados. Mas porque haveríamos de ficar surpreendido após as duras críticas feitas ao regime chinês durante a visita de estado de Hu Jintao a Paris, no mês de Novembro do ano passado?! Ben Ali no exílio, o silêncio já não se justifica e o apoio à luta do povo pela democracia e pelas liberdades é assim possível. Aí está, o comunicado do Palácio do Eliseu, residência de Nicolas Sarkozy, acaba de ser divulgado!
Transcrevo aqui parte do artigo do jornal Le Monde, tendo em conta que neste momento o comunicado encontra-se indisponível no endereço electrónico da presidência francesa:
«A França tomou “as disposições necessárias para que os movimentos financeiros suspeitos referentes a fundos tunisinos em França sejam bloqueados administrativamente”, indicou, no sábado, 15 de Janeiro, o presidente Nicolas Sarkozy num comunicado. […]
O ministro do Orçamento, François Baroin, referiu ainda que foram dadas instruções à Tracfin (organismo encarregue de lutar contras o tráfico de capitais) a fim de informar os bancos para que estes “exerçam uma vigilância acrescida sobre todos os movimentos financeiros” que possam respeitar “os fundos da família e dos próximos do antigo presidente Ben Ali”. “Os estabelecimentos deverão informar Tracfin que poderá assim bloquear as operações financeiras e, assim, alertar as instâncias judiciais” acrescentou, referrindo também que se trata de uma medida preventiva. “É possível, provável que haja fundos aqui como um pouco por todo o mundo”, disse François Baroin.
O comunicado do Palácio do Eliseu indica igualmente que Paris “concede um apoio determinado” à “vontade de democracia” do povo tunisino. Esta declaração é a primeira posição clara em prol do movimento de contestação na Tunísia. “A política da França assenta em dois princípios constantes: a não-ingerência nos assuntos internos de um Estado soberano, o apoio à democracia e à liberdade” explicou Nicolas Sarkozy.»[1]
Patético, não?!

Révolution en Tunisie (à suivre)


Oui, une révolution... Une insurrection généralisée de la rue à l’encontre du despote tunisien Ben Ali, président de son pays depuis le "coup d’état constitutionnel" de 1987. Une révolte contre un état policier qui censure, qui oppresse, qui assujettit son peuple…  Une de plus dans l’histoire des Hommes ? Certainement pas, celle-ci est bien différente. Portée par le pouvoir mobilisateur et informateur des nouvelles technologies de l’information, il s’agit d’une révolution via internet et les réseaux sociaux. Selon les propos de l’écrivain et journaliste oppositionniste Taoufik Ben Brick, récemment libéré de prison après six mois d’incarcération (une évidente tentative de le passer sous silence), c’est bien la première révolution réussie via cyberspace. Les élections présidentielles iraniennes de 2009 furent, sans doute, une sorte d’avant-première, mais là le pouvoir central réussi plus ou moins à museler le grondement de la rue.
       Ben Ali a quitté hier (14 janvier) son pays pour se réfugier en Arabie Saoudite. La révolution a bien triomphé. À dire vrai, elle triomphera réellement lorsque des élections véritablement démocratiques seront agencées.
Et la France dans tout ça? Oui, la France, l’ancien colonisateur qui entretient depuis l’indépendance (1956) d’étroites relations avec la Tunisie. Et bien la France, ou plutôt M. Sarkozy et ses acolytes, est silencieuse, d’un silence assourdissant. Silencieuse jusqu’à aujourd’hui… Jusque-là le compromis avec le régime policier en Tunisie était de mise, les intérêts économiques et stratégiques étant sauvegardés. Mais pourquoi s’en étonner après les dures critiques à l’encontre de la Chine lors de la visite officielle de Hu Jintao à Paris, en novembre dernier?! Ben Ali en exil, le silence est rompu et le parti-pris pour la démocratie est maintenant possible… Et bien voilà, le communiqué de l’Élysée vient de tomber!
Je retranscris ici une partie de l’article de Le Monde, vu que pour le moment le communiqué est indisponible sur le site de la présidence:
«La France a pris "les dispositions nécessaires pour que les mouvements financiers suspects concernant des avoirs tunisiens en France soient bloqués administrativement", a indiqué, samedi 15 janvier, le présiden Nicolas Sarkozy dans un communiqué. […]
Le ministre du budget, François Baroin, a précisé sur France Info qu'instruction avait été donnée à Tracfin (organisme chargé de lutter contre le trafic des capitaux) d'informer les banques pour qu'elles "exercent une vigilance renforcée sur tous les mouvements financiers" pouvant concerner "les avoirs de la famille et de l'entourage de l'ancien président Ben Ali". "Ces établissements devront informer Tracfin qui pourra ainsi bloquer les opérations et, le cas échéant, saisir l'autorité judiciaire", a-t-il ajouté précisant qu'il s'agissait d'une mesure "préventive""Il est possible, probable qu'il y ait des avoirs financiers ici comme un peu partout dans le monde", a dit M. Baroin.
Le communiqué de l'Elysée indique également que Paris "apporte un soutien déterminé" à "la volonté de démocratie" du peuple tunisien. Cette déclaration est la première prise de position claire en faveur du mouvement de manifestations en Tunisie. "La politique de la France est fondée sur deux principes constants : la non ingérence dans les affaires intérieures d'un Etat souverain, le soutien à la démocratie et à la liberté", explique M. Sarkozy.»[1]
Pathétique, non?

2011/01/12

Efeméride : Agatha Christie


       No dia de Janeiro de 1976, desaparecia em Wallingford (Oxfordshire) uma das mais célebres romancistas da história da literatura inglesa, Agatha May Clarissa Mallowan. Pela mão de Agatha Christie, e seguindo as aventuras de Hercule Poirot ou Miss Marple, o romance policial conhece algumas das suas mais belas horas. Morte no Nilo, Um crime no Expresso do Oriente, Encontro com a morte ou ainda Perigo na casa do fundo são alguns dos seus maiores sucessos. Pessoalmente, gosto particularmente de Convite para a morte

Trailer do filme Morte no Nilo (1978), de John Guillermin, com Peter Ustinov, David Niven, Jane Birkin, Mia Farrow.

Éphéméride: Agatha Christie


Le 12 janvier 1976, s’éteignait à Wallingford (Oxfordshire) une des plus célèbres romancières de l’histoire de la littérature anglaise, Agatha May Clarissa Mallowan. Sous la plume d’Agatha Christie, et au fil des aventures d’Hercule Poirot ou de Miss Marple, le roman policier connait ses plus belles lettres. Mort sur le Nil, Le crime de l’Orient Express, Rendez-vous avec la mort ou encore La maison du péril sont quelques-uns de ses plus grands succès. Quant à moi, j’ai toujours eu un penchant pour Les dix petits nègres

Bande annonce du film Mort sur le Nil (1978), de John Guillermin, avec Peter Ustinov, David Niven, Jane Birkin, Mia Farrow.

2011/01/02

La Côte d’Ivoire ou les aléas de la politique

Laurent Gbagbo et Alassane Ouattara (27/11/2010)

Lors du second tour de l’élection présidentielle en Côte d’Ivoire, le 28 novembre dernier, Alassane Ouattara aurait recueilli 54,1% des suffrages exprimés, contre 45,9% pour le président sortant, Laurent Gbagbo, selon la commission électorale indépendante. Mais peu après la proclamation de la victoire du challenger, le président du Conseil constitutionnel, Paul Yao N'Dré, proche de Gbagbo, a invalidé l'élection. Le camp de Laurent Gbagbo avait saisi le Conseil pour faire annuler des votes "frauduleux" dans le nord sous contrôle ex-rebelle depuis 2002, et ainsi être être reconduit à la tête du pays. Cependant, la communauté internationale, ONU, États-Unis et France en tête, reconnait l’élection de Ouattara, ancien premier ministre (1990-1993) et ancien directeur général adjoint du FMI (1994-1999).

Laurent Gbagbo avant sa défaite aux élections présidentielles de 1990 qui l’opposaient à Félix Houphouët-Boigny (in Afrique(s), une autre histoire du 20e siècle, acte 4)

La Côte d’Ivoire se retrouve à nouveau dans une impasse après des décennies d’unipartisme sous la houlette de Félix Houphouët-Boigny. Le pouvoir personnel, autrefois directement visé par Gbagbo quand il faisait partie de l’opposition, sévit une nouvelle fois. Les temps changent, les opinions avec…

A Costa do Marfim ou as vicissitudes da política

 Laurent Gbagbo e Alassane Ouattara (27/11/2010)

          Durante a segunda volta da eleição presidencial na Costa do Marfim, no 28 de Novembro do ano transacto, Alassane Ouattara terá recolhido 54,1% dos sufrágios, contra os 45,9% do presidente em exercício Laurent Gbagbo, segundo a comissão eleitoral independente. Pouco tempo após a proclamação da vitória do candidato da oposição, o presidente do Conselho constitucional, Paul YaoN’Dré, próximo de Gbagbo, invalidou a eleição. O campo de Gbagbo recorrera ao Conselho para conseguir a anulação de votas “fraudulentos” no norte do país, região controlada por ex-rebeldes desde 2002, e assim ser reconduzido no seu cargo. Contudo, a comunidade internacional, encabeçada pela ONU, Estados Unidos e França, reconhece a eleição de Ouattara, antigo primeiro-ministro (1990-1993) e antigo director geral adjunto do FMI (1994-1999).

Laurent Gbagbo antes da derrota nas eleições presidenciais de 1990 que opunham a Félix Houphouët-Boigny (in Afrique(s), une autre histoire du 20e siècle, acte 4)


            A Costa do Marfim encontra-se novamente num impasse após décadas de unipartidarismo sob a égide de Félix Houphouët-Boigny. O poder pessoal, outrora apontado e combatido por Gbagbo quando integrava a oposição, vigora mais uma vez. Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades…