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2012/05/09

Declaração Schuman - 09/05/1950



«A paz mundial não poderá ser salvaguardada sem esforços criadores à medida dos perigos que a ameaçam. A contribuição que uma Europa organizada e viva pode dar à civilização é indispensável para a manutenção de relações pacíficas. A França, ao assumir -se desde há mais de 20 anos como defensora de uma Europa unida, teve sempre por objetivo essencial servir a paz. A Europa não foi construída, tivemos a guerra.
A Europa não se fará de um golpe, nem numa construção de conjunto: far-se-á por meio de realizações concretas que criem em primeiro lugar uma solidariedade de facto. A união das nações europeias exige que seja eliminada a secular oposição entre a França e a Alemanha. Com esse objetivo, o Governo francês propõe atuar imediatamente num plano limitado mas decisivo.
O Governo francês propõe subordinar o conjunto da produção franco-alemã de carvão e de aço a uma Alta Autoridade, numa organização aberta à participação dos outros países da Europa.  A comunitarização das produções de carvão e de aço assegura imediatamente o estabelecimento de bases comuns de desenvolvimento económico, primeira etapa da federação europeia, e mudará o destino das regiões durante muito tempo condenadas ao fabrico de armas de guerra, das quais constituíram as mais constantes vítimas.
A solidariedade de produção assim alcançada revelará que qualquer guerra entre a França e a Alemanha se tornará não apenas impensável como também materialmente impossível. O estabelecimento desta poderosa unidade de produção aberta a todos os países que nela queiram participar, que permitirá o fornecimento a todos os países que a compõem dos elementos fundamentais da produção industrial em idênticas condições, lançará os fundamentos reais da sua unificação económica.
Esta produção será oferecida a todos os países do mundo sem distinção nem exclusão, a fim de participar na melhoria do nível de vida e no desenvolvimento das obras de paz. Com meios acrescidos, a Europa poderá prosseguir a realização de uma das suas funções essenciais: o desenvolvimento do continente africano. Assim se realizará, simples e rapidamente, a fusão de interesses indispensável à criação de uma comunidade económica e introduzirá o fermento de uma comunidade mais vasta e mais profunda entre países durante muito tempo opostos por divisões sangrentas.
Esta proposta, por intermédio da comunitarização de produções de base e da instituição de uma nova Alta Autoridade cujas decisões vincularão a França, a Alemanha e os países aderentes, realizará as primeiras bases concretas de uma federação europeia indispensável à preservação da paz. O Governo francês, a fim de prosseguir a realização dos objetivos assim definidos, está disposto a iniciar negociações nas seguintes bases.
A missão atribuída à Alta Autoridade comum consistirá em, nos mais breves prazos, assegurar: a modernização da produção e a melhoria da sua qualidade; o fornecimento nos mercados francês, alemão e nos países aderentes de carvão e de aço em condições idênticas; o desenvolvimento da exportação comum para outros países; a harmonização no progresso das condições de vida da mão-de-obra dessas indústrias.
Para atingir estes objetivos a partir das condições muito diversas em que se encontram atualmente as produções dos países aderentes, deverão ser postas em prática, a titulo provisório, determinadas disposições, incluindo a aplicação de um plano de produção e de investimentos, a instituição de mecanismos de perequação dos preços e a criação de um fundo de reconversão destinado a facilitar a racionalização da produção. A circulação do carvão e do aço entre países aderentes será imediatamente isenta de qualquer direito aduaneiro e não poderá ser afetada por tarifas de transportes distintas. Criar-se-ão progressivamente as condições para assegurar espontaneamente a repartição mais racional da produção ao nível de produtividade mais elevada.
Ao contrário de um cartel internacional que tende a repartir e a explorar os mercados nacionais com base em práticas restritivas e na manutenção de elevados lucros, a organização projetada assegurará a fusão dos mercados e a expansão da produção.
Os princípios e os compromissos essenciais acima definidos serão objeto de um tratado assinado entre os estados. As negociações indispensáveis a fim de precisar as medidas de aplicação serão realizadas com a assistência de um mediador designado por comum acordo; este terá a missão de velar para que os acordos sejam conformes com os princípios e, em caso de oposição irredutível, fixará a solução a adotar.
A Alta Autoridade comum, responsável pelo funcionamento de todo o regime, será composta por personalidades independentes e designada numa base paritária pelos governos; será escolhido um presidente por comum acordo entre os governos; as suas decisões serão de execução obrigatória em França, na Alemanha e nos restantes países aderentes. As necessárias vias de recurso contra as decisões da Alta Autoridade serão asseguradas por disposições adequadas. Será elaborado semestralmente por um representante das Nações Unidas junto da referida Alta Autoridade um relatório público destinado à ONU e dando conta do funcionamento do novo organismo, nomeadamente no que diz respeito à salvaguarda dos seus fins pacíficos.
A instituição de Alta Autoridade em nada prejudica o regime de propriedade das empresas. No exercício da sua função, a Alta Autoridade comum terá em conta os poderes conferidos à autoridade internacional da região do Rur e as obrigações de qualquer natureza impostas à Alemanha, enquanto estas subsistirem.»


Déclaration Schuman - 09/05/1950


«La paix mondiale ne saurait être sauvegardée sans des efforts créateurs à la mesure des dangers qui la menacent. La contribution qu'une Europe organisée et vivante peut apporter à la civilisation est indispensable au maintien des relations pacifiques. En se faisant depuis plus de vingt ans le champion d'une Europe unie, la France a toujours eu pour objet essentiel de servir la paix. L'Europe n'a pas été faite, nous avons eu la guerre.
L'Europe ne se fera pas d'un coup, ni dans une construction d'ensemble : elle se fera par des réalisations concrètes créant d'abord une solidarité de fait. Le rassemblement des nations européennes exige que l'opposition séculaire de la France et de l'Allemagne soit éliminée. L'action entreprise doit toucher au premier chef la France et l'Allemagne. Dans ce but, le gouvernement français propose immédiatement l'action sur un point limité mais décisif.
Le gouvernement français propose de placer l'ensemble de la production franco-allemande de charbon et d'acier sous une Haute Autorité commune, dans une organisation ouverte à la participation des autres pays d'Europe.  La mise en commun des productions de charbon et d'acier assurera immédiatement l'établissement de bases communes de développement économique, première étape de la Fédération européenne, et changera le destin de ces régions longtemps vouées à la fabrication des armes de guerre dont elles ont été les plus constantes victimes.
La solidarité de production qui sera ainsi nouée manifestera que toute guerre entre la France et l'Allemagne devient non seulement impensable, mais matériellement impossible. L'établissement de cette unité puissante de production ouverte à tous les pays qui voudront y participer, aboutissant à fournir à tous les pays qu'elle rassemblera les éléments fondamentaux de la production industrielle aux mêmes conditions, jettera les fondements réels de leur unification économique.
Cette production sera offerte à l'ensemble du monde sans distinction ni exclusion, pour contribuer au relèvement du niveau de vie et au développement des œuvres de paix. L'Europe pourra, avec des moyens accrus, poursuivre la réalisation de l'une de ses tâches essentielles: le développement du continent africain.
Ainsi sera réalisée simplement et rapidement la fusion d'intérêts indispensable à l'établissement d'une communauté économique qui introduit le ferment d'une communauté plus large et plus profonde entre des pays longtemps opposés par des divisions sanglantes.
Par la mise en commun de productions de base et l'institution d'une Haute Autorité nouvelle, dont les décisions lieront la France, l'Allemagne et les pays qui y adhéreront, cette proposition réalisera les premières assises concrètes d'une Fédération européenne indispensable à la préservation de la paix.
Pour poursuivre la réalisation des objectifs ainsi définis, le gouvernement français est prêt à ouvrir des négociations sur les bases suivantes.
La mission impartie à la Haute Autorité commune sera d'assurer dans les délais les plus rapides: la modernisation de la production et l'amélioration de sa qualité, la fourniture à des conditions identiques du charbon et de l'acier sur le marché français et sur le marché allemand, ainsi que sur ceux des pays adhérents, le développement de l'exportation commune vers les autres pays, l'égalisation dans le progrès des conditions de vie de la main-d’œuvre de ces industries.
Pour atteindre ces objectifs à partir des conditions très disparates dans lesquelles sont placées actuellement les productions des pays adhérents, à titre transitoire, certaines dispositions devront être mises en œuvre, comportant l'application d'un plan de production et d'investissements, l'institution de mécanismes de péréquation des prix, la création d'un fonds de reconversion facilitant la rationalisation de la production. La circulation du charbon et de l'acier entre les pays adhérents sera immédiatement affranchie de tout droit de douane et ne pourra être affectée par des tarifs de transport différentiels. Progressivement se dégageront les conditions assurant spontanément la répartition la plus rationnelle de la production au niveau de productivité le plus élevé.
A l'opposé d'un cartel international tendant à la répartition et à l'exploitation des marchés nationaux par des pratiques restrictives et le maintien de profits élevés, l'organisation projetée assurera la fusion des marchés et l'expansion de la production.
Les principes et les engagements essentiels ci-dessus définis feront l'objet d'un traité signé entre les Etats et soumis à la ratification des parlements. Les négociations indispensables pour préciser les mesures d'application seront poursuivies avec l'assistance d'un arbitre désigné d'un commun accord; celui-ci aura charge de veiller à ce que les accords soient conformes aux principes et, en cas d'opposition irréductible, fixera la solution qui sera adoptée.
La Haute Autorité commune chargée du fonctionnement de tout le régime sera composée de personnalités indépendantes désignées sur une base paritaire par les gouvernements; un président sera choisi d'un commun accord par les gouvernements; ses décisions seront exécutoires en France, en Allemagne et dans les autres pays adhérents. Des dispositions appropriées assureront les voies de recours nécessaires contre les décisions de la Haute Autorité. Un représentant des Nations Unies auprès de cette autorité sera chargé de faire deux fois par an un rapport public à l'ONU, rendant compte du fonctionnement de l'organisme nouveau, notamment en ce qui concerne la sauvegarde de ses fins pacifiques.
L'institution de la Haute Autorité ne préjuge en rien du régime de propriété des entreprises. Dans l'exercice de sa mission, la Haute Autorité commune tiendra compte des pouvoirs conférés à l'Autorité internationale de la Ruhr et des obligations de toute nature imposées à l'Allemagne, tant que celles-ci subsisteront.»


2012/02/23

José Afonso (02/08/1929 - 23/02/1987)

       A falta que fazes ao espírito deste mundo, a falta que fazes ao nosso povo, a falta que fazes 25 anos depois de teres partido. Continuas vivo em cada um de nós, dentro de cada amante e defensor da justiça, da liberdade e da fraternidade humana. Serás para sempre único e insubstituível, Zeca...



      Ton absence fait défaut à l'esprit de ce monde, elle fait défaut à notre peuple, elle fait défaut depuis 25 ans que tu es parti. Mais tu es toujours bien vivant en chacun de nous, en chaque amant et défenseur de la justice, de la liberté et la fraternité humaine. Pour toujours unique et irremplaçable, Zeca...


José Afonso - Enquanto há força

José Afonso - Canção do desterro


Zeca na escadaria da Sé Velha (de pé, segundo a contar da esquerda), antes da Serenata Monumental de 1952.

2011/06/08

Efeméride: 08/06/1936 – 08/06/2011, os Acordos de Matignon

    Na sequência da vitória eleitoral da Frente Popular, um impressionante movimento de greve paralisa toda a França. As negociações entre sindicatos e patronato, sob a mediação de Leão Blum, novo presidente do Conselho, dão lugar à assinatura dos Acordos de Matignon na noite de 7 a 8 de Junho de 1936. Os diferentes artigos do documento prevêem a generalização das convenções colectivas, o aumento dos salários e o estabelecimento do direito sindical nas empresas. Duas leis rematam este acordo histórico: a primeira instaura a semana de 40 horas, a segunda concede aos trabalhadores 15 dias de férias pagas pelas empresas e sem reduções salariais.

Capa do periódico L’Humanité, 8 de Junho de 1936

Mme Blum, Leão Blum (presidente do Conselho), Maurice Thorez (primeiro secretário do Partido Comunista Francês) e Roger Salengro (ministro dos Assuntos Internos), no 14 de Julho de 1936

Os primeiros subsídios de férias para os trabalhadores franceses: o caminho para as férias, de carro… (foto Robert Doisneau)

…ou de bicicleta!

A praia e os postais de férias
[Postal da praia de Cayeux-sur-Mer. “A praia”. Atrás, um curto texto. Um olá do mar para estas primeiras férias. Robert G… . Carimbo do 6 de Agosto de 1936, remetida aos Sr. E Sra. Pelletier em Jouy-en-Josas. © collection Laurent Albaret DR.]
[Ver o excelente retrato realizado par Jacques Tati, As férias do Sr. Hulot]

O descanso bem merecido. O tempo da inocência e de uma certa indiferença também…
«E a guerra chegou».[1]

[1] Jacques Brel, Mon enfance

Éphéméride: 08/06/1936 – 08/06/2011, les Accords de Matignon

     À la suite de la victoire électorale du Front Populaire, un impressionnant mouvement de grève paralyse la France. Les négociations entre syndicats et patronat, sous l’égide du nouveau président du Conseil, Léon Blum, s’achèvent par la signature des Accords de Matignon dans la nuit du 7 au 8 juin 1936. Les différentes clauses prévoient la généralisation des conventions collectives, l’augmentation des salaires et établissent le droit syndical dans les entreprises. Deux lois parachèvent cette accord historique: l’une instaure la semaine de 40 heures, l’autre octroie aux travailleurs quinze jours de congés payés para l’entreprise sans réduction salariale.

L’Humanité, 8 juin 1936

Mme Blum, Léon Blum (président du Conseil), Maurice Thorez (premier secrétaire du PCF) et Roger Salengro (ministre de l’Intérieur) le 14 juillet 1936

Les premiers congés payés pour les travailleurs français: la route des vacances, en voiture…
 (photo Robert Doisneau)

… ou à vélo!

La plage et les premières cartes postales des vacances
[Carte postale de la station balnéaire de Cayeux-sur-Mer dans la Somme. “La plage”. Un court texte au verso. Un gros bonjour de la mer pour ces premières vacances. Robert G… . Oblitérée du 6 août 1936, adressée à M. et Mme Pelletier à Jouy-en-Josas dans le département de la Seine-et-Oise (actuelle Essonne). © collection Laurent Albaret DR.]
[Voir l’excellent portrait réalisé par Jacques Tati dans Les vacances de Monsieur Hulot]

Le repos bien mérité. Le temps de l’insouciance…
«Et la guerre arriva».[1]

[1] Jacques Brel, Mon enfance

2011/05/18

Les expressions et leurs histoires (II)

“L’habit ne fait pas le moine”

            Les premiers vestiges de l’expression remontent, apparemment, au XIIIème siècle, issus du latin médiéval. Selon certains elle provient de la déformation de la locution latine de Plutarque, barba non facit philosophum, c'est-à-dire la barbe ne fait pas le philosophe.
            D’autres considèrent que l’expression a pour origine un fait historique bien réel. En 1297, François Grimaldi et ses acolytes se déguisent en moines  afin de prendre astucieusement la forteresse du rocher de Monaco (événement représenté sur les armoiries de la Principauté monégasque).
            Cependant, cela pourrait n’être qu’une forme d’ironie. Quand l’expression a surgi les moines étaient bien loin des codes de conduite desquels ils se réclamaient. N’hésitant pas à accumuler des biens, à apprécier les plaisirs de la vie ou encore à participer dans de nombreuses batailles trucidant l’ennemi, ces moines n’étaient pas le reflet de l’image pieuse et chaste qui leur ait habituellement attribué. Qui sait si un quelconque bandit, prêt à déposséder de sa bourse un pauvre moine, n’a pas eu une mauvaise surprise en étant confronté à bien plus fort que lui! Les apparences sont souvent trompeuses…


Blason de la Principauté de Monaco

Expressões vindas da História (II)

“O hábito não faz o monge”

   Antes de mais, e para evitar qualquer confusão, o hábito não significa aqui algo que fazemos frequentemente mas sim as vestes usadas pelos monges.
     Os primeiros vestígios da expressão remontam, aparentemente, ao século XIII, derivando do latim medieval. Segundo alguns, provém da deformação da locução latina que encontramos em Plutarco “barba non facit philosophum”, isto é, a barba não faz o filósofo.
      Outros consideram que a expressão tem por origem um facto histórico bem real. Em 1297, na tentativa de tomar pela astúcia a fortaleza que despontava no alto do rochedo monegasco, François Grimaldi e os seus acólitos decidem vestir-se de monge (facto lembrado no brasão do Principado do Mónaco).
     Finalmente, poderá não ser mais do que a vontade de ironizar. Na verdade, quando surgiu a expressão os monges estavam bem longe dos preceitos que apregoavam. Não hesitando em acumular bens, em apreciar os “prazeres da vida” ou ainda em participar nas batalhas trucidando o inimigo, estes monges não evidenciavam propriamente a imagem de piedade e castidade que lhes é habitualmente atribuída. Assim, quem sabe, algum bandido querendo despojar um pobre monge poderá ter tido uma desagradável surpresa, sendo confrontado com alguém bem mais forte e astuto do que ele. Pois é, as aparências podem ser enganadoras…


Brasão do Principado do Mónaco

2011/05/17

Les expressions et leurs histoires (I)

“Une vérité de La Palice ou une lapalissade”

       Que d’encre n’a fait couler ce brave Monsieur de La Palice!
    Jacques de Chabannes, né en 1470, est devenu célèbre en tant que capitaine durant les Guerres d’Italie. En 1515, il devient Maréchal de France après s’être distingué au cours des batailles de Fornoue, Ravenne, Marignan et Pavie. C’est pendant cette dernière, en 1525, qu’il succombe aux tirs d’une arquebuse. Ses soldats, pour lui rendre hommage, chantèrent sa bravoure en entonnant ces vers: «Un quart d’heure avant sa mort, il faisait encore envie». Apparemment mal compris, ces vers furent déformés donnant lieu à une version pleine de naïveté: «Un quart d’heure avant sa mort, il était encore en vie».
     Deux siècles plus tard, l’académicien Bernard de La Monnoye joua avec cette même naiveté et composa «La Chanson de La Palice». En voici un extrait:

Monsieur d’la Palisse est mort, il est mort devant Pavie,
Un quart d’heure avant sa mort, il était encore en vie.
Il mourut le vendredi, le dernier jour de son âge;
S’il fût mort le samedi, il eût vécu davantage.

        Depuis, une lapalissade est une évidence, une vérité banale, un truisme.

                                           
                        Jacques II de Chabannes de La Palice                                                                    Blason de la famille de Chabannes
(buste de marbre, Musée des châteaux de Versailles et Trianon,
Galerie des Batailles).


Château de La Palice (La Palisse, Allier, France)

Expressões vindas da História (I)

“Uma verdade de La Palice”

Tanta tinta fez verter este bravo senhor de La Palice (ou La Palisse)!
Jacques de Chabannes nasceu em 1470, ficando famoso como capitão nas guerras de Itália; tornou-se, em 1515, marechal de França após ter-se distinguido nas batalhas de Fornovo de Taro, Ravena, Marinhano e Pavia, onde acabou por falecer depois de ser atingido por um tiro de arcabuz.
Os seus soldados, como forma de homenagem, cantaram a sua bravura com os seguintes versos: «Un quart d’heure avant sa mort, il faisait encore envie» (Um quarto de hora antes da sua morte, era ainda de invejar). Este verso fora mal entendido, e posteriormente deformado para: «Un quart d’heure avant sa mort, il était encore en vie» (Um quarto de hora antes da sua morte, ele ainda estava vivo). Mais tarde, La Monnoye compõe a Canção de La Palice:
Na sexta-feira morreu,
foi o último dia que viveu;
Se no sábado tivesse morrido,
certo que teria mais vivido.

Desde então, uma verdade de La Palice significa uma evidência, uma verdade banal, um truísmo.

                                           
                        Jacques II de Chabannes de La Palice                                                                        Brasão da família de Chabannes
(busto de mármore, Musée des châteaux de Versailles et Trianon,
Galeria das Batalhas).


Castelo de La Palice (La Palisse, Allier, França)

2011/04/11

Éphéméride/Efeméride: 11/04/1945 – 11/04/2011

  

No dia 11 de Abril de 1945, o exército norte-americano liberta o campo de Buchenwald.
Le 11 avril 1945, les troupes des États-Unis libèrent le camp de Buchenwald.

2011/04/08

Efeméride: 8 de Abril, Dia Mundial dos Ciganos

A bandeira Rom (a referência ao estandarte da União Indiana é evidente)

        No dia 8 de Abril de 1971, o povo Rom, que representa desde 2004 a principal minoria da União Europeia, adopta uma bandeira e um hino («Djelem, djelem»). Este povo nómada é formado por três grandes grupos: os Sinti, que encontramos em particular em Itália, na Alemanha e em França; os Ciganos, que, mesmo alvos de persecuções, estão instalados na Península Ibérica desde o século XVI; os Roma, que encontramos sobretudo nos países da Europa de Leste. Em 1971, os delegados do primeiro congresso cigano adoptam o termo Rom para designar o conjunto destes povos.
      Por volta do ano 1000, os Rom deixam a Índia, país do qual são originários, em direcção à Pérsia, chegando no século XIV aos Balcãs. Espalhando-se pela Europa, cristianizam-se ao contacto das populações cristãs do continente. É para a Europa do Oeste que, no século XVI, conhecerão a sua maior vaga migratória. Até ao século XX, os Rom vivem de forma mais ou menos pacífica com os povos europeus. Contudo, a partir da década de trinta, são vítimas da política racial do nacional-socialismo e são o alvo do extermínio e do genocídio perpetrado pelo regime nazi. Numa população avaliada em perto de um milhão de indivíduos vivendo na Europa, entre 25 a 50% encontram a morte durante as deportações, isto é, uma estimativa média de 250 000 pessoas. Este período é apelidado pelos Rom de Samudaripen, ou seja, o «homicídio total» na língua romani.
      Nos nossos dias, a dimensão do genocídio dos Rom não obteve um reconhecimento suficiente junto das populações da Europa. Foi necessário esperar o ano de 1982 para que a Alemanha reconheça oficialmente a sua responsabilidade neste crime contra a Humanidade. Em França, só em 1997 é que o Presidente da República fez referência pela primeira vez às vítimas ciganas da deportação. Em 2005, durante o 60º aniversário da libertação dos campos de concentração, uma homenagem solene foi feita a todos aqueles que sofreram esta barbárie, inclusivamente os Rom.
       Estima-se que existam hoje entre 7 a 9 milhões de Rom na Europa, continente onde "ciganofobia" se encontra, infelizmente, bem presente. Esta só poderá ser combatida pelo reconhecimento da história, da cultura, da contribuição deste povo para o património europeu. A ignorância e o preconceito têm sido a origem de diversas discriminações e de racismo qualificado.

O hino Rom, «Djelem, djelem» por Saban Bajramovic.

Uma homenagem ao mais célebre músico cigano, Django Reinhardt; «Nuages», interpretado pelo seu filho, Babik Reinhartd.

Éphéméride: 08 avril, Journée Internationale des Roms

Le drapeau Rom (l'allusion à l’étendard de l’Union Indienne est évidente).

    Le 8 avril 1971, les Tsiganes, qui représentent depuis 2004 la première minorité de l’Union européenne, adoptent un drapeau et un hymne («Djelem, djelem»). Ce peuple nomade est formé de trois grands groupes: les Manouches, que l’on rencontre principalement en Italie, en Allemagne et en France; les Gitans, qui, malgré les persécutions, sont installés dans la Péninsule Ibérique depuis le XVIème siècle; les Roms, que l’on retrouve majoritairement dans les pays de l’Europe de l’Est. En 1971, les délégués du premier congrès tsigane adoptent le terme Rom pour désigner l’ensemble de ces peuples du voyage.

     Vers l'an 1000, les Roms quittent l'Inde et l'Egypte dont ils sont originaires pour se rendre en Perse, atteignant par la suite les Balkans au XIVème siècle. Se dispersant à travers l’Europe, ils se christianisent au contact de la population chrétienne européenne. C’est en Europe de l’Ouest, au XVIème siècle, qu’ils connaîtront leur plus grande vague de migration. Jusqu’au XXème siècle, les Roms se retrouvent en plus ou moins bon terme avec les Européens. Mais, dès les années trente, ils sont victimes de la politique racial national-socialiste et sont la proie de l’extermination de masse et du génocide. Sur environ un million de “tsiganes” vivant en Europe, entre 25 à 50% aurait périt lors des déportations, soit près de 250 000 personnes. Cette période porte pour les Roms le nom de Samudaripen, c’est à dire «meurtre total» en langue romani.
        De nos jours, l’ampleur du génocide des Roms n’est pas assez reconnue au près d’un large public, et certain ignore même son existence. Il aura fallu attendre 1982 pour que l’Allemagne reconnaisse officiellement ses responsabilités. En France ce n’est qu’en 1997 que le Président de la République y fait référence pour la première fois lors d’une cérémonie en mémoire des victimes de la déportation. En 2005, lors du 60ème anniversaire de la libération des camps, un hommage solennel a été rendu à toutes les victimes de cette barbarie, dont les Roms.
       On estime qu’il y existe entre 7 et 9 millions de Roms vivant en Europe où la tziganophobie est malheureusement bien présente. Celle-ci ne peut être combattue que par la reconnaissance de leur histoire, de leur culture, et de leur contribution au patrimoine européen. Par l'ignorance ou par des d’idées reçus, ils sont encore victimes à différents degrés du racisme et de la discrimination.


L'hymne Rom, «Djelem, djelem», par Saban Bajramovic

Un hommage au plus célèbre musicien tsigane, Django Reinhardt; le thème "Nuages" interprété par son fils Babik Reinhardt.